Os moinhos de vento do comunismo

Para a lógica aristotélica, não basta um silogismo logicamente verdadeiro, mas que também tenha suporte na realidade, ou seja, poderíamos lançar a argumentação que (1) todos os homens têm dezessete braços, (2) Sócrates é um homem, (3) logo, Sócrates tem dezessete braços. Apesar de sua sustentação lógica, lhe falta apoio real, pois sabemos que os homens têm (potencialmente) apenas dois braços. Esse apoio na realidade deve ser o Norte de nossa vida intelectual e é justamente nesse ponto em que falha toda a teoria marxista já desde sua origem. O choque de realidade sempre foi a maior fragilidade do comunismo; via de regra, a luta de classes não move a humanidade, não há determinismo histórico, as mulheres apenas buscam áreas diferentes das dos homens, não há imperialismo americano, o Cristianismo não busca oprimir quem quer que seja e aqueles que se dizem representantes, ou parte efetiva da “classe operária”, não passam em sua maioria quase absoluta, de sujeitos que nunca trabalharam na vida, como o próprio Karl Marx. No entanto, eles inventam essa “realidade”, travam batalhas imaginativas contra elas e saem como que perseguidos quando alertados que nada daquilo existe, senão em suas cabeças; não seria imprudente afirmar que a teoria comunista fecha-se em uma bolha existencial onde não são eles que precisam adequar-se à realidade tal qual esta se apresenta, mas é justamente ao contrário: eles impõem ao mundo aquilo que eles gostariam que acontecesse, e não o que acontece ou aconteceu, de fato. Não sei até houve alguma influência do livro Dom Quixote na vida de Karl Marx, mas o paralelo é inevitável, pois o personagem de Cervantes tem suas fantasias sempre desmentidas pela dura realidade e há ali uma clara dicotomia entre a sua fantasia imaginativa e a realidade em que ele está inserido. A diferença, contudo, está nas consequências deste paralelo que vos traço; pois na ficção, Dom Quixote se dá conta de que não há mais heróis e fim; enquanto que no comunismo, milhões de vidas foram ceifadas em nome desta realidade inventada. Tenhamos paciência com Dom Quixote e suas histórias inventadas de donzelas e dragões, mas com o comunismo temos que retirar as escamas auto impostas em seus olhos para enxerguem o mundo como é, e não como gostariam que fosse. 

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